segunda-feira, 18 de agosto de 2008

" DEFINITIVO

"Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional..."

Carlos Drummond de Andrade


Sim, foi uma troca justa. Talvez não seja a hora pra uma carta-desabafo tão objetiva. Eu sempre adio despedidas. Mas o post deletado ainda está salvo nos rascunhos. Enfim, senti falta do silêncio que não compartilhei no sábado. Do resto foi tudo perfeito. O som alto, as danças, fantasias, risadas, pizza, visita, voltinhas de carro, quase-batida, cantoria no Lago Municipal, aplausos, coqueiros, rotatórias, fotos, amigos novos, encontros inesperados, desencontros já imaginados... Talvez eu tenha dado uma importância muito grande para apenas uma coisa que deu errado, enquanto poderia ter me focado nas várias outras coisas que me foram extremamente agradáveis. Mas nunca vou achar que um amigo triste é menos importante que um sábado de festa. Gostaria de ter feito mais do que ligações. Senti uma imensa necessidade de ajudar alguém mas sem saber como. Eu realmente queria ter feito mais.



sexta-feira, 8 de agosto de 2008

* HÁ MOMENTOS...

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristezas para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre."

Clarice Lispector



E foi organizando meus livros e cadernos, arrumando as coisas pro novo semestre, que encontrei este poema, é sempre bom quando somos surpreendidos com coisas boas. Mesmo sendo estas as mais simples. Um poema esquecido no meio de uma bela bagunça. Aquele sentimento abandonado.
E muitos diários... Com passagens que gostei de re-ler. Cartões, desenhos, letras de músicas, papéis de carta, parte de mim. Saudade.
Olho pra trás e vejo histórias que criei, vivi, imaginei, mas que acima de tudo, ajudaram a construir o que sou hoje. Perdoei os erros e as decepções do passado. Muito me satisfaz a consciência do resultado de tal feito, seguindo em frente, aprendendo a tirar do tempo os segundos...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

* PRECISO DE ALGUÉM

"Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir,
mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo : "Nós ainda vamos rir muito disso tudo" e ria muito...
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela."
Cristiana Passinato