Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional..."
Sim, foi uma troca justa. Talvez não seja a hora pra uma carta-desabafo tão objetiva. Eu sempre adio despedidas. Mas o post deletado ainda está salvo nos rascunhos. Enfim, senti falta do silêncio que não compartilhei no sábado. Do resto foi tudo perfeito. O som alto, as danças, fantasias, risadas, pizza, visita, voltinhas de carro, quase-batida, cantoria no Lago Municipal, aplausos, coqueiros, rotatórias, fotos, amigos novos, encontros inesperados, desencontros já imaginados... Talvez eu tenha dado uma importância muito grande para apenas uma coisa que deu errado, enquanto poderia ter me focado nas várias outras coisas que me foram extremamente agradáveis. Mas nunca vou achar que um amigo triste é menos importante que um sábado de festa. Gostaria de ter feito mais do que ligações. Senti uma imensa necessidade de ajudar alguém mas sem saber como. Eu realmente queria ter feito mais.